Naquela aldeia, a vida floresce. Como em qualquer aldeia existem muitas coisas. Coisas de que ninguém se apercebe. Coisas a que ninguém dá valor. Por serem diárias. Normais. Costumeiras. As pessoas passam e não reparam. Não se dão conta. Existem ruas, casas, homens, mulheres, crianças. Existem cães pela rua, jardins, arvores. Existem flores e janelas com cortinas. Existem candeeiros nas ruas, valetas e carros. Naquela aldeia, que é igual a tantas outras, também chove e faz sol. Também faz frio e faz calor. Também existem velhos e velhas, resmungões. Existem filhos, pais, avós. Naquela aldeia, existem meninos, que brincam soltos, que jogam á bola, que dizem mentiras e que fazem ternuras. Existe gente má e gente boa. Naquela aldeia, também se faz o pão, amor, carícias. Naquela aldeia, como em qualquer outra, também há doentes, também morre gente e também nascem crianças. Naquela aldeia também existe um rio, com peixe, com água, com frescura. Naquela aldeia nascem alegrias e cria-se angustias. Nascem desesperos e morrem sonhos. Naquela aldeia, não existe nada de diferente das outras aldeias. Também se criam porcos e galinhas. As pessoas também vão e vêm do trabalho. Também choram e também se riem. Naquela aldeia, as mulheres, como em qualquer outra, também sonham e choram. Também olham para os filhos, com a ternura de mães. Também se angustiam com o futuro deles.
Naquela aldeia as mães ficam doentes a par com os filhos. Como em qualquer outra aldeia. Mas aquela aldeia tem uma alegria maior. Aquela aldeia tem muitos meninos. Tem muitas meninas. E no meio desses meninos, tem um mais bonito. No meio desses meninos, tem um Pequeno Trialeiro. O Pequeno Trialeiro é a vida da sua mãe. O Pequeno Trialeiro é “O seu menino”. E nunca deixará de o ser. Daqui a muitos anos, o Pequeno Trialeiro, irá ouvir uma história de encantar, onde sem o saber, ele foi o herói. Sim. O Pequeno Trialeiro é um herói. A sua mãe, a Bailarina, é uma heroína. Se um dia passarem nesta aldeia não se esqueçam, passem de mansinho. Conseguirão ouvir uma musica calma, e se tiverem sorte poderão ouvir através de uma janela aberta e com as cortinas sopradas por uma brisa, as lágrimas que caem dos olhos de uma mãe, enquanto beija “O seu menino”. Naquela aldeia, tudo é igual
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